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Dois fatos históricos marcaram o início deste período: o fim da segunda guerra mundial e o fim da primeira era Vargas. As principais características econômicas destes anos são o elevado crescimento do setor industrial e a relativa prosperidade econômica alcançada.
Para o Brasil, a principal conseqüência da guerra foi o acúmulo de grandes saldos de moeda estrangeira. Este saldo resultou da queda do volume de importações imposto pelo conflito e a conseqüente economia de divisas.
Durante a segunda guerra as importações ficaram restritas, uma vez que a produção dos países envolvidos no conflito foi direcionada para o setor bélico, o que proporcionou um acentuado acúmulo de divisas estrangeiras. Terminada a guerra, porém, imediatamente ocorreu a expansão das importações motivadas pelos anos em que esta demanda esteve reprimida. Isto fez com que as reservas de divisas estrangeiras acumuladas durante o conflito fossem desperdiçadas em importações supérfluas. No entanto, apesar deste desperdício inicial, o governo provisório que sucedeu Getúlio Vargas aproveitou boa parte das divisas acumuladas e iniciou a reestruturação da indústria nacional, dando o impulso para uma nova etapa de crescimento industrial e de desenvolvimento para a economia brasileira.
Verificou-se que a taxa média anual de crescimento do produto, que durante a segunda guerra foi de 4,7%, nos cinco anos seguintes subiu para 7,3%, manteve-se ainda em um nível elevado de
5,7%, entre 1951 e 1955. O produto per capta também apresentou um crescimento de 3,5% nestes dez anos (BRESSER PEREIRA, 1985).
Foi nesse período que o setor industrial ganhou grande impulso e se concretizou como o setor mais dinâmico da economia, ou seja, não mais o setor externo e a “variável exportação” condicionavam o crescimento da economia, mas sim, o setor industrial nacional e a “variável investimento”, o que significou uma mudança qualitativa no