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Cleonice Correia Araujo
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Resumo: O presente artigo traz algumas reflexões acerca da relação entre o clientelismo e a assistência social buscando apreender as determinações históricas que tem configurado essa relação, bem como as dificuldades de ruptura e suas implicações na construção da Política de Assistência Social como direito.
Palavras chave: Clientelismo, assistência social, direito social.
Abstract:The present article offer some reflections the relationship about clientship and social assistance seeking to understand the historical factors present in relationship and difficulties of colappse and this implications in the social assistance construction that social right.
Key words: Clientship, social assistance, social right.
1. INTRODUÇÃO
A assistência social é uma área que tem historicamente se prestado, como poucas, à reprodução das relações clientelistas. Entendemos que esta talvez seja uma das marcas mais características dos programas e projetos assistenciais e um dos maiores desafios para a construção da assistência social como direito social.
As relações permeadas pelo clientelismo assentam-se na defesa de interesses materiais imediatos e centram-se na efetuação de trocas de benefícios, serviços, votos. O representante atua como mediador, entre o cliente e a máquina estatal, possibilitando o acesso das demandas à esfera governamental. Ao privatizar o acesso aos bens públicos, o representante impõe sua mediação às clientelas as quais se tornam dependentes e gratas pela generosidade recebida. Percebe-se, nessa relação, um forte componente moral que sedimenta o vínculo clientelista: a reciprocidade obrigatória.
O vínculo clientelista não é unilateral. O representante busca manter e estreitar o vínculo a fim de ampliar seus interesses políticos ou econômicos. Os benefícios e serviços prestados à clientela têm