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LIVRO I
Resumo e Comentários1
Capítulo 1
1) Aristóteles primeiro apresenta o objeto da Física:
184ª10 – Em todos os estudos, conhecer cientificamente é reconhecer as causas primeiras, os primeiros princípios e os elementos das coisas. Devemos iniciar tentando delimitar os princípios da ciência da natureza.
2) Em seguida, Aristóteles apresenta o método da Física:
184ª16 – Esse percurso vai do mais cognoscível e mais claro para nós (embora menos claro por natureza) em direção ao mais claro e mais cognoscível por natureza.
184ª21 – O que é inicialmente mais claro e evidente para nós? São coisas confusas, misturadas [i.é., algo confuso, não delimitado, não discernido, sobreposto, ou melhor, o estado confuso em que se encontram nossos conhecimentos ordinários e habituais, antes do trabalho de elucidação conceitual e de descoberta das causas]. São as coisas mais cognoscíveis pela sensação; coisas a partir das quais se tornam conhecidos os elementos e os princípios. É preciso progredir dos universais [aqui na acepção de uma classe ampla, um todo confuso e genérico que compreende muitas partes, cujas causas, elementos e definições particulares são as partes fornecidas por análise] até os particulares.
[Em Segundos Analíticos, Aristóteles afirma que o particular é mais cognoscível para nós, em oposição ao universal, que é mais cognoscível por natureza – justamente o contrário do que ele afirma no início da Física. Mas a contradição é apenas aparente: o mais cognoscível para nós, que serve como princípio da descoberta, são os fatos particulares, apreendidos pelos sentidos. Por outro lado, aquilo que é mais cognoscível por natureza e serve como princípio da demonstração são as definições primeiras. Essas definições são universais, de acordo com a terminologia dos Segundos Analíticos. Mas, de acordo com a terminologia da Física, essas definições seriam antes os particulares, obtidos pela análise de um universal confuso e