Texto
Somos muitos professores neste país. Preocupados com salários, com capacitação, com condições de trabalho, com a tarefa de ensinar. Na busca permanente de aprendizado, poucas vezes encontramos textos apropriados como este. Nele Paulo Freire nos ensina a ensinar partindo do ser professor. Numa linguagem acessivel e didática ele reflete sobre saberes necessários à prática educativo-crítica fundamentados numa ética pedagógica e uma visão de mundo alicerçadas em rigorosidade, pesquisa, criticidade, risco, humildade, bom senso, tolerância, alegria, curiosidade, esperança, competência, generosidade, disponibilidade… molhadas pela esperança. Aqui as leitoras e os leitores encontrarão a necessária Pedagogia da Autonomia. Autonomia que faz da própria natureza educativa. Sem ela não há ensino, nem aprendizagem.
As cartas pedagógicas de Paulo Freire recolocam a educação no espaço do coloquial e afetivo. Toda a sua obra se encurva, e reencontra o essencial da educação – o diálogo que compartilha e provoca. Ética, liberdade, transformação, violência… velhos e novos temas se entrelaçam e realçam a antiga verdade freireana – não se educa sem a capacidade de se indignar diante das