TEXTO_UM JOGO REAL

Um jogo real

Era uma noite fria. Juca estava trancado em seu banheiro, tremulo e ao mesmo tempo atento ao que podia estar acontecendo. Acordou-se com o barulho dos gritos de sua mãe e correu pro banheiro, como eles dois já haviam combinado antes. Era uma família de classe média alta, pois a mãe era ex-juíza e viúva, além de possuir uma grande herança. O pai havia falecido há pouco tempo em um acidente de transito, deixando eles ao cuidado dos empregados que naquela semana estariam de folga. O que poderia estar acontecendo naquela casa numa noite tão escura quanto aquela? Assustado e nervoso, depois de alguns minutos, ele vai caminhando de pés descalços em passos lentos e silenciosos até a porta do seu quarto para ver se conseguia observar algo lá fora. Com os olhos arregalados e atento a qualquer movimento perto dali ele só encherga a claridade que vinha da luz dos postes de energia da sua rua refletindo no telhado. Então o menino ouve passos rápidos chegando próximo a seu quarto. Assustado ele volta pro banheiro e se tranca novamente. A porta do quarto bate e ouve-se sussurros chamando pelo o seu nome. Reconhecendo os susurros quase que silenciosos, Juca abre a porta do escondeirijo em que está e seu irmão entra rapidamente. Ele acalma seu irmão que se encontra inquieto na vontade de saber o que poderia estar acontecendo com sua mãe, pois só haviam ouvido ela assim quando recebeu a notícia do que havia acontecido com o pai deles. Os dois se calam na tentativa de ouvir algo que pudesse explicar o motivo de tanta gritaria dela. De repente ouve-se barulhos muito fortes de explosão, que para eles seriam apenas fogos de artíficio que os vizinhos estavam soltando do outro lado da rua em comemoração ao aniversário da filha que há muitos anos era a paixão de escola do Juca. A casa entra em silencio logo depois que os garotos ouvem um barulho de carro saindo em alta