texto, textualidade e textualização
A autora inicia a reflexão sobre o que é texto afirmando que o mesmo não é mais entendido como apenas escritos nos quais foram empregados uma linguagem bem formulada, possuidora de clareza e objetividade. Mas sim que ele pode ser compreendido como qualquer produção linguística, escrita ou falada, que possua sentido em uma situação comunicativa humana ou de interlocução. Dessa forma, dá-se o importante conceito de textualidade, que são princípios gerais do conhecimento textual que são aplicados as produções literárias com o objetivo de interpretar um texto e até mesmo ser possível considera-lo como tal. E o da textualização, que diz respeito a forma com que o texto é absorvido por um determinado indivíduo, ou seja, a forma com que o indivíduo é atingido pelo texto ou textualidade.
Beaugrande e Dressler (1981) apontaram sete fatores constitutivos da textualidade, sendo eles: coerência, coesão, intencionalidade, aceitabilidade, situacionalidade, informatividade e intextualidade.
Coerência
Podemos entender coerência como aquilo que faz com que um texto nos pareça ‘lógico’, consistente, aceitável, com sentido. Quando a gente entende um texto, com os conceitos e as relações entre conceitos que esse texto põe em jogo: de que tópicos o texto fala, o que diz sobre eles, como organiza e articula esses tópicos (por exemplo, com relações de causa / consequência, ou de anterioridade / simultaneidade / posterioridade, ou de inclusão / exclusão, ou de semelhança / oposição, ou de proximidade / distância). Quer dizer: a coerência tem a ver com conhecimentos e informações. Ouvir ou ler um texto e entendê-lo, considerá-lo coerente, significa conseguir processá-lo com os conhecimentos e a habilidade de interpretação que se tem e, então, avaliá-lo como compatível com esses conhecimentos.
Entre outros estudiosos, Charolles, num artigo publicado em 1978 e traduzido para o português em 1988, tentou explicitar as regras de coerência que fariam