Texto sobre Bourdieu
A partir dos anos de 1960, Pierre Bourdieu formula respostas para a profunda crise em que a escola se encontrava naquele momento de reflexões acerca de sua função, enquanto buscava reinterpretar o seu papel na sociedade acabava abandonando todo o otimismo pedagógico das épocas anteriores.
A educação, na teoria de Bourdieu, perde o papel que lhe fora atribuído de instância transformadora e democratizadora das sociedades e passa a ser vista como uma das principais instituições por meio da qual se mantêm e se legitimam os privilégios sociais.
Bourdieu buscava inovar-se nas concepções sociológicas da educação e agora, a origem social do cidadão passa a ser levada em consideração na sua aprendizagem e no ambiente escolar. Descarta-se a antiga concepção de que o fracasso escolar era inerente ao indivíduo.
Para ele os estudantes competiriam dentro da escola em categorias iguais e se promoveriam a partir de seus próprios interesses na carreira escolar e ocupariam posições superiores na hierarquia social.
Outro fato importante que ele destaca é que a desigualdade se relaciona com os conhecimentos que interfere nas representações dos alunos ao longo dos diferentes processos de aprendizagem, com consequências imediatas sobre a avaliação escolar, ainda mais porque, consciente ou inconscientemente, os agentes das instituições organizam os métodos e meios utilizados, objetivando determinados resultados.
Ainda, para ele o homem não é um sujeito de caráter autônomo, é um indivíduo que carrega consigo uma bagagem social herdada seja em seu ambiente interno ou externo, podendo ser desvendado positivamente ou não, ao emprego do sucesso escolar. Influenciando neste aspecto estão o que este autor denominou de capital econômico, social e cultural. Ele acreditava que o sucesso era visto como natural, por isso as famílias investiam pesadamente na educação dos filhos, situação esta que não mudou muito, pois os alunos que possuem o acompanhamento da família