Texto Sintese De Historia Da Psicologia Para Aula De Psicologia Judiciaria 1
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
Departamento de Psicologia
Profa. Dra. Catarina Gewehr
ANTECEDENTES HISTÓRICO-FILOSÓFICOS DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
A REFERÊNCIA OCIDENTAL DO CONHECIMENTO É GREGA Um ponto de partida freqüente quando se trabalha com a História da Psicologia nos cursos de graduação é o de referi-la como um conhecimento intimamente vinculado aos esforços reflexivos iniciais empreendidos pelos filósofos da Grécia Antiga. O movimento reflexivo de distanciamento da explicação mítica e o paulatino mergulho na observação direta dos fenômenos constituem a ordem básica de referência para demarcar o surgimento do pensamento psicológico no mundo ocidental (ROSENFELD, 1993; HEIDEBREDER, 1975). No prefácio de seu livro História da Psicologia, Fernad-Lucien MULLER (1968) lembra que a Psicologia, por cerca de dois mil anos, constituiu-se como um corpo de conhecimentos inseparável da Filosofia. Lembra, também, que foi apenas no século XVI que o termo psicologia utilizado pela primeira vez e que, depois disso, até o século XVIII, o termo raramente foi empregado. Defende MULLER (1968) que o desdobramento etimológico do termo psicologia apresenta pouca utilidade em função de que os homens estão em constante disputa em relação à natureza da alma. Para este autor, outro elemento que reafirma a pouca utilidade da definição etimológica do termo – a fim de que se compreenda a Psicologia, em sua condição de ciência da alma – refere ao pouco que se sabe sobre as condições que tornaram a alma objeto da investigação científica, tal qual hoje se compreende o termo. A demarcação de que a Psicologia é um tipo de conhecimento próprio da mentalidade européia (MULLER, 1968) e, por isso mesmo, deixa de lado elementos importantes de outras tradições tais como as vividas pelos povos primitivos – via o animismo – ou as grandes tradições orientais, é recorrente nos planos de estudos e pesquisas mais regulares da História da disciplina. Daí serem os