Texto Singer Aula 16 Jun 1
Paul Singer
ECONOMIA SOLIDÁRIA VERSUS
ECONOMIA CAPITALISTA
Paul Singer
Resumo. A economia solidária para ser competitiva no mercado capitalista não pode se furtar à concentração que incorpora progresso técnico. Experiências vêm demonstrando que cada associação ou cooperativa tem de atingir um tamanho em que ela possa resgatar seus membros da pobreza e acumular sobras que multipliquem fontes de trabalho e renda solidários. Para a economia solidária a conglomeração deve ser fácil porque a solidariedade torna natural a associação entre cooperativas.
Palavras-chave: economia solidária, cooperativa de produção, competitividade, solidariedade
Solidariedade x competição
Uma sociedade que levasse o individualismo e a competição como norma de sociabilidade às últimas conseqüências pereceria em pouco tempo. Alguma solidariedade, alguma interação desinteressada e altruísta é indispensável à reprodução de qualquer sociedade. Sem este tipo de interação as mulheres não teriam filhos – não por acaso elas os têm cada vez menos – e as que os tivessem os tratariam como objetos de prazer, o que dificilmente garantiria uma nova geração de adultos...
Na sociedade capitalista, a interação social está cindida em dois campos distintos: o competitivo, que abrange parte das atividades econômicas, políticas, lúdicas etc.; e o solidário, que engloba em princípio as relações familiares, de vizinhança, de coleguismo no estudo, no trabalho, em esportes de equipe etc.. Não é mole passar de um campo
Paul Singer é professor da UNITRABALHO.
Economia Solidária versus Economia Capitalista
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a outro, mas todos nós nos acostumamos a brincar com os filhos e amar o cônjuge e no momento seguinte disputar um táxi quase a tapas, agredir alguém que furou a fila na frente da gente ou prestar um vestibular.
Na economia capitalista, a regra de sociabilidade ‘deveria’ ser a competição, tanto entre empresas quanto dentro das empresas. A competição entre empresas é essencial para preservar os direitos