Texto Para Atividade Abordagens
Refletindo Sobre a Noção de Identidade no Contexto Urbano
Victor Eiji Issa1
Diversidade e Identidade: estas são as duas noções que servem de base para a reflexão a que este ensaio se propõe. Aqui pretendo discutir como, na dinâmica de relações sociais própria das grandes cidades, estes dois conceitos se relacionam, de modo que a diversidade – noção sem a qual não é possível pensar sobre as relações sociais que configuram uma metrópole –, dá ao conceito de identidade uma característica própria, o que leva o pesquisador a ter que tomar cuidado ao trabalhar com tal noção no contexto urbano. As idéias aqui apresentadas são fruto de uma pesquisa que há cerca de um ano venho fazendo na região da 25 de Março, no centro de São Pauloi. Mais adiante, falarei sobre a região e, durante a análise mostrarei como a observação, as experiências... a vivência enquanto pesquisador, nessa região, me levaram à reflexão aqui exposta.
Porém é importante deixar claro desde já que neste ensaio meu objetivo não é propor um conceito de identidade na cidade. Aqui, o que busco é discutir a relação que há entre a dinâmica social própria das metrópoles e a noção de identidade.
Rita Amaral, em seu texto Por que a Diversidade faz bem, escreve:
A Antropologia pensa o fato da diversidade cultural por meio de uma construção teórica que "produz" a dessemelhança no plano dos conceitos.
Isso significa que quando a antropologia pensa a diversidade ela não pensa as diferenças observáveis, apenas, mas que atribui a esta noção um lugar específico na explicação dos fatos. A Antropologia tem como princípio metodológico que a diversidade não existe em si mesma, como fato real: para ela, diferença é uma categoria social e relacional que se constrói com base em experiências que se defrontam, cabendo ao antropólogo o esforço de delineá-las a partir de seu ponto de vista teórico. Para a antropologia, ser diferente pressupõe o auto-reconhecimento e o reconhecimento social como tal; a