TEXTO PARA AS QUESTÕES 1, 2 E 3:
Leia o texto retirado do jornal da UNICAMP, na página www.unicamp.br:
Depois da laqueadura, o arrependimento
Pesquisa revela que 10% das mulheres submetidas ao procedimento lamentam a decisão
ANTONIO ROBERTO FAVA
Durante um ano, o médico ginecologista Luiz Eduardo Campos de Carvalho, por meio de análises secundárias de dados de uma pesquisa originalmente feita em 1995, avaliou aspectos da vida reprodutiva de aproximadamente quatro mil mulheres, tendo como foco principal aquelas que optaram pela laqueadura como método anticoncepcional. E chegou a um resultado que o surpreendeu: uma em cada quatro mulheres de Campinas já havia realizado esterilização definitiva. E mais: 10% dessas mulheres revelaram ter se arrependido da escolha que fizeram. Um dos fatores que colaboraram para que isso acontecesse foi a idade em que foram laqueadas.
Cirurgia é feita sem critérios no país
"Principalmente mulheres relativamente novas, com idade abaixo dos 25 anos, que talvez por falta de informação e acesso aos diferentes meios de regulação da fecundidade, optaram pela laqueadura sem receber a devida orientação sobre os benefícios ou danos advindos do método que, dependendo da técnica utilizada pelo cirurgião, é irreversível", explica o médico, que trabalha no Hospital Municipal de Sumaré.
Para isso, Luiz Eduardo tem uma explicação: "normalmente, mulheres jovens são as que ainda podem viver mudanças consideráveis na vida, como a perda ou troca de parceiro, morte de um dos filhos e, com isso, poderá querer ficar grávida novamente. Ou ainda fatores econômicos que determinam um novo rumo à sua vida", considera o pesquisador. Agora, a mulher que se submeteu a uma cirurgia de laqueadura, quando passa por um problema desse tipo, vive uma situação conflitante, tornando-se forte candidata ao arrependimento.
Por outro lado, mais de 50% das mulheres brasileiras engravidam antes de completarem 22 anos, levando a altos riscos de abortos provocados e