Texto Netti
Para recebermos as crianças de seis anos de idade nessa etapa de ensino é necessário discutir sobre quem são essas crianças, quais são as suas características e como essa fase da vida tem sido compreendida dentro e fora do ambiente escolar.
Para superarmos o desafio da implantação de um ensino fundamental de nove anos, acreditamos que é necessária a participação de todos.
Nesse processo, a primeira pergunta que nos inquieta e abre a possibilidade de discussão é: quem são as crianças hoje? Tal pergunta é fundamental para pensarmos tanto sobre as concepções de infância que orientam as práticas escolares vigentes quanto sobre as possibilidades de mudanças que este momento anuncia.
Como a sociedade vê a infância?
Esse olhar para a infância possibilita ver as crianças pelo que são no presente, sem se valer de estereótipo, ideias pré-concebidas ou de práticas educativas que visam a moldá-las em função de visões ideológicas e rígidas de desenvolvimento e aprendizagem.
As condições de vida das crianças fizeram com que o significado social dado á infância não fosse homogêneo. Vale lembrar que no Brasil ainda é muito recente a busca pela democratização da escolarização obrigatória e presenciamos agora a sua ampliação, ainda temos muito a construir em direção a uma estrutura social em que a escolaridade seja considerada prioridade na vida das crianças.
Nesse sentindo, podemos ver o ensino fundamental de nove anos como mais uma estratégia de democratização e acesso á escola.
Mas como assegurar a verdadeira efetivação desse direito? Como fazer para essas crianças ingressantes nesse nível de ensino não engrossem futuras estatísticas negativas?
O que temos privilegiado no cotidiano escolar? As vozes das crianças são ouvidas ou silenciadas? Que temas estão presentes em nossas salas de aula e quais são evitados?
Estamos abertos a todos os interesses das crianças?
É nesse sentido que somos convidados á reflexão sobre como