Texto livro de jorge amado
Publicado em 1979, Farda, fardão, camisola de dormir é um espécime singular na floresta amadiana. A ação se passa no Rio de Janeiro, em ambiente intelectualizado. No centro das atenções está a Academia Brasileira de Letras, onde se abriu uma vaga com a morte do poeta-boêmio Antonio Bruno, em Paris, após tomar conhecimento da queda da cidade em mãos nazistas. Começa, então, uma disputa acirrada, que vai se prolongar por quatro meses, em conseqüência da eleição do substituto de Bruno. Os candidatos que surgem nada têm a ver com o espírito ou o estilo do poeta morto. São o general Waldomiro Moreira e o coronel Agnaldo Sampaio Pereira, um simpatizante do ideário nazista. Jorge Amado situa a trama em 1940, época de projeção mundial do totalitarismo: “em toda a parte, pelo mundo afora, são as trevas novamente, a guerra contra o povo, a prepotência”. No Brasil, impunham-se os dias asfixiantes da ditadura estado-novista, com o seu rol de brutalidades e perseguições. E o que Jorge Amado pretendeu, com o seu romance, foi dizer que, mesmo sob a opressão e a tirania, “é sempre possível plantar uma semente, acender uma esperança”.
EDIÇÕES INTERNACIONAIS
O romance foi escrito na casa do autor em Itapuã, Salvador, Bahia, entre janeiro e junho de 1979, e sua 1ª edição é da Editora Record, Rio de Janeiro, setembro de 1979, com 239 páginas, capa de Jenner Augusto, ilustração de Otávio Araújo, retrato do autor por Jordão de Oliveira e fotografia do arquivo do Jornal do Brasil. A 16ª edição, a mais recente, é de 1997.
Foi publicado em Portugal e traduzido para o alemão, árabe, búlgaro, espanhol, francês, hebraico, inglês, italiano, russo e