texto literarios
Antônio Dornas
Trenzinho tocado à lenha,
Vaporosa, ou "Maria Fumaça",
Que levava "João da Penha"
E dona "Maria da Graça".
Levava, fazendeiro e lojista,
E o ambulante, "caixeiro".
Tinha maquinista, foguista,
Chefe, fiscal e graxeiro.
"Bate roda, bate trilho".
Bater trilho era a moda.
Eu não esqueço o estribilho,
Daquela cantiga da roda.
Ia cortando o sertão,
Alegre, sinuoso, devagar.
Carregava muita emoção
E a certeza de voltar
Já não existe o trenzinho,
Ficou só a recordação.
Coração está miudinho,
Ficou tão triste o sertão.
QUATRO RODAS
Antônia Rosa
Parati entreguei meus segredos numa velocidade sem radar.
Corsa nas costas nesse tapete breu.
Ganhaste o Prêmio da sorte, Mercedes de luxo, o conforto agressivo da fórmula Indy.
Talvez Opala,
Oh! Fusca meu sonho conversível, selvagem Mustang que chegaste com ares de Fiesta.
Peugeot qualquer km e nem manobrou pra sair na Brasília que nunca foi amarela.
Sentindo o Del Rey da estrada, Quantum risos deixaste pra trás...
Eras Uno na minha vida!
Logus perderá a potência e seu Passat te condenará.
Se resta o Pit Stop não quero ouvir nem o ronco da Elba, quero ir pra galera, gritar esse Gol porque o Tempra é o melhor remédio pra esquecer essa Voyage.
SHOW DE BOLA
Antônia Rosa
O meu coração é um imenso tapete verde onde a bola repica sempre seu nome.
Os meus braços são as traves e estão sempre abertos querendo te abraçar.
Dos meus cabelos longos fiz uma rede mágica só pra te pegar.
Tento te enfeitiçar na lateral do meu olhar apostando te convencer.
E na arquibancada do sonho vi você partir naquele avião azul.
Sei que no pênalti armada pela vida o gol era pura ilusão.
Minha pernas circulam na pequena área pois agora só resta o escanteio, meus passos decididos vão em busca de um grande lance: encontrar você na grande área da minha imaginação. A torcida