Texto falado e Texto escrito
Para se estabelecer as relações que diferem as duas modalidades da língua (falada e escrita), sem que haja distorção do que realmente ocorre, é necessário considerar as condições de produção. São essas condições que possibilitam a efetivação de um evento comunicativo e são distintas em cada modalidade. A fala apresenta as seguintes características: a- interação face a face; b- planejamento simultâneo ou quase simultâneo à execução; c- impossibilidade de apagamento; d- sem condições de consulta a outros textos; e- ampla possibilidade de reformulação: essa reformulação é marcada, pública, pode ser promovida tanto pelo falante como pelo ouvinte; f- acesso imediato ao feed-back (retroalimentação, monitoração) do ouvinte; g- o falante pode processar o texto, redirecionando-o a partir das reações do ouvinte. A escrita, por sua vez, pauta-se por meio dos seguintes traços: a- interação à distância (espaço-temporal); b- planejamento anterior à execução; c- possibilidade de revisão para operar correções; d- livre consulta a outros textos; e- a reformulação pode não ser tão marcada, é privada e promovida apenas pelo escritor; f- sem possibilidade de feed-back imediato; g- o escritor pode processar o texto a partir das possíveis reações do leitor. Essas condições de produção irão determinar formulações lingüísticas que apresentam aspectos específicos, conforme o tipo de texto produzido:
- oral: conversação espontânea, debate, entrevista, conferência, etc.
- escrito: carta familiar, editorial, artigo para revista científica, etc.
Fatores regionais:
É possível notar a diferença do português falado por um habitante da região nordeste e outro da região sudeste do Brasil.
Dentro de uma mesma região, também há variações no uso da língua.
No estado do Rio Grande do
Sul, por exemplo, há diferenças entre a língua utilizada por um cidadão que vive na capital e aquela utilizada por um