Texto expositivo argumentativo
Ricardo Reis aborda o neopaganismo e a crença no Destino em alguns dos seus poemas. O poeta cultiva um neopaganismo, ou seja, acredita nos deuses pagãos e nas presenças quase divinas que habitam todas as coisas. Segundo Ricardo Reis, os deuses são indiferentes, na medida em que se confundem connosco quando os imitamos, considerando-os Homens perfeitos “Imita o Olimpo/ No teu coração” (poema “Segue o teu destino”). Consequentemente, Ricardo Reis aceita o destino com naturalidade afirmando que os deuses estão acima do Homem numa escala hierárquica e que acima dos deuses está o Destino “(...) para ao pé do Fado,/ Mais longe que os deuses”(poema, “Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio”), motivo pelo qual não pode fazer planos para a sua vida pois ela já está traçada e definida. Concluindo, o poeta refugia-se nos deuses pagãos, procura alcançar a sua perfeição aceitando sempre o destino.
O Epicurismo e o Estoicismo Ricardo Reis é um poeta que aborda o epicurismo e o estoicismo nos seus poemas. O poeta considera o prazer um caminho para a conquista da felicidade, em que a única maneira de consegui-lo é assumindo uma postura de ataraxia, ou seja, de tranquilidade de alma, sem perturbações, viver a vida com serenidade para aceitar a morte como fim “Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.” (poema, “vem sentar-te comigo, lídia à beira do rio”.) Para atingir essa harmonia de vida, o poeta vive disciplinadamente, instituindo determinadas regras de vida para fugir à dor e aceitar tudo o que a Natureza tem para dar. Vive numa apatia e em conformidade com as leis do destino permanecendo indiferente, “Como vidros, às luzes transparentes”(poema, “Não consentem os deuses mais que a vida”). Concluindo, o poeta vive segundo regras que acredita que lhe vão conduzir à plenitude da felicidade.
A dor