texto de apoio
Era uma amizade de mais de quinze anos, que tinha começado ainda nos bancos da faculdade, durante o Curso de Administração.
Maria Júlia e Daniela tinham habilidades e competências pessoais complementares. A primeira era organizada, objetiva e orientada para resultados. A segunda era criativa, inovadora e voltada para a singularidade. Ambas tinham forte espírito empreendedor.
A empresa de confecção que tinham implantado, ainda como estudantes, com a ajuda financeira de seus familiares, era um sucesso. Elas tinham construído uma empresa com fama de ser diferente, marca forte, bons canais de distribuição e a reputação de fabricar produtos quase individualizados. Seus produtos tendiam a fazer bom uso das cores e havia um esforço mercadológico de antecipar a moda, acrescido, recentemente, de uma certa sensibilidade ecológica.
Como é normal em quase todos os negócios de confecção, a sazonalidade nas vendas também existia e afetava as principais atividades da empresa, em especial, os recursos humanos e o próprio faturamento. As finanças, todavia, estavam bem controladas e podiam ser consideradas saudáveis. Entretanto, existiam evidências de que o modelo empresarial adotado tinha alcançado seu limite, já apresentando alguns sinais de estagnação. Tudo isso era agravado por um volume excessivo de cópias fraudulentas de seus produtos, por parte de concorrentes de menor tamanho. Estava ficando cada vez mais difícil o cliente perceber a diferença entre o produto original e as cópias oferecidas no mercado por um preço muito menor.
Na última reunião de planejamento com as gerências, uma série de idéias foi discutida, visando levar a empresa a um novo patamar de atuação. Até mesmo um consultor participou da reunião. Eram visíveis a energia das proprietárias e o comprometimento do quadro gerencial com as mudanças. A visão era proativa e de antecipação aos fatos. A questão era o