A Biogeografia histórica objetiva avaliar hipóteses sobre como se deu a distribuição dos organismos durante o tempo geológico da Terra. A constatação dos movimentos tectônicos foi importante para a vicariancia de diversas espécies ao redor do globo, bem como a dispersão entre estreitos que conectavam continentes durantes as glaciações. Botânicos, naturalistas, meteorologistas e biólogos fizeram parte da construção de cada teoria que hoje estudamos e que, mesmo nem sempre estando certas, tiveram sua importância na construção do conhecimento biogeográfico. Charles Darwin defendia a ideia do dispersionismo, em que a diversificação e a adaptação de biotas resultaram da seleção natural, enquanto a expansão e eventual isolamento e disjunção das biotas resultaram de uma dispersão a longas distancias. Alfred Wallace também seguia essa corrente, adotando o mecanismo como responsável pela distribuição das espécies. Os “extensionistas” logo vieram para se contrapor aos dispersionistas. Ambas aceitavam que as distribuições eram dinâmicas no tempo e espaço. Porém, os extensionistas acreditavam que a dispersão a longas distancia aconteciam através de grandes pontes continentais ou antigos continentes, hoje submersos. Leon Croizat foi um deles. Leon Croizat postulou que a Terra e a vida evoluem juntas. Desenvolveu então, uma abordagem denominada Panbiogeografia, em que argumentava que cada padrão de múltiplas disjunções refletia a fragmentação de uma biota que originalmente habitava regiões inter-conectadas por trilhas generalizadas, ou seja, caminhos tomados pelas espécies para se dispersar no globo. Segundo Brown & Lomolino, 2006, evidências das grandes pontes continentais dos extensionistas nunca vieram à tona, mais um novo mecanismo de dispersão emergiu no início do século XX: a deriva continental. Outro pesquisador, Alfred Wegener, postulou a Teoria da Deriva Continental, se baseando na coincidência das linhas de costa dos continentes entre o Atlântico.