Texto argumentado
EMEF PROFº Fernando Pantaleão
Língua Portuguesa - Texto Argumentativo I - Leitura, Análise , Produção Escrita - 9os. Ano
3º Bimestre/2011
No ensino, como em outras coisas, a liberdade deve ser questão de grau. Há liberdades que não podem ser toleradas. Uma vez conheci uma senhora que afirmava não se dever proibir coisa alguma a uma criança, pois deve desenvolver sua natureza de dentro para fora. " E se a sua natureza a levar a engolir alfinetes?" indaguei; lamento dizer que a resposta foi puro vitupério. No entanto, toda criança abandonada a si mesma, mais cedo ou mais tarde engolirá alfinetes, tomará veneno, cairá de uma janela alta ou doutra forma chegará a mau fim. Um pouquinho mais velhos, os meninos podendo, não se lavam, comem demais, fumam até enjoar, apanham resfriados por molhar os pés, e assim por diante — além do fato de se divertirem importunando anciãos, que nem sempre possuem a capacidade de Eliseu*. Quem advoga a liberdade da educação não quer dizer que as crianças devam fazer, o dia todo, o que lhes der na veneta. Deve existir um elemento de disciplina e autoridade; a questão é até que ponto, e como deve ser exercido.
* Eliseu é um profeta bíblico, discípulo de Elias. Um dia, um grupo de rapazes zombava dele. O profeta, então, amaldiçoou-os em nome do Senhor. Imediatamente saíram da floresta dois ursos que despedaçaram quarenta e dois daqueles rapazes. O episódio é relatado em II Reis, 2.23.25. No texto, ao falar de anciãos que não possuem a capacidade de resposta de Eliseu, o autor quer dizer que há anciãos que não podem defender-se das zombarias e malcriações de crianças e jovens
RUSSEL, Bertrand. Ensaios Céticos. 2. ed. São Paulo. Nacional, 1957. p.146.
Questão 1
Pode-se depreender da leitura que o autor seja contrário à liberdade?
Questão 2
O autor acha que só devem existir restrições à liberdade na escola?
Questão 3