Texto 9 A Arte Da Inova O
ARM - ESTEVÃO NO SAMBA, 2003 - WLADMIR C. DURÃO, ACRÍLICA S/ EUCATEX
A arte da inovação
No universo das artes, especialmente no da música, inovação depende da inserção do artista em redes sociais, de sua capacidade de improvisação e de uma abertura à experiência com novos arranjos. O artigo traça um paralelo entre os processos de inovação na música e aquele que ocorre nas empresas, analisando os fatores impeditivos à inovação em ambos os contextos e propondo formas de superação.
por Charles Kirschbaum e Flávio C. Vasconcelos, FGV-EAESP
as artes, na literatura e na música o gênio criativo sempre apareceu como uma figura de destaque. Em uma visão idealizada do mundo artístico, o artista é um personagem dotado de sensível capacidade para decifrar o que a maioria não vê e para criar novas obras
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que elevam o espírito de seus espectadores. A inovação, nesse contexto, é vista como uma ação única e privada do gênio criativo.
Neste artigo, mostramos que essa forma de retratar a inovação, particularmente no contexto da criação musical, subestima a influência e im-
portância das redes sociais em que os artistas estão inseridos. Traçando um paralelo entre o universo da música e o das empresas, o artigo oferece pistas sobre como podemos extrair lições de um contexto para o outro a fim de estimular os processos de inovação e criatividade. 74 • VOL.4 • Nº2 • MAIO/JUL. 2005
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Movimento de secularização. Para o movimento romântico do Século XIX, a obra de arte separava-se do mundo cotidiano, elevando-se sobre ele. Sua função era a de libertar os homens de suas vidas cotidianas. Nessa perspectiva, a arte possuía algo de mágico, permitindo ao apreciador um contato imediato com um universo diferente e distante do seu.
O artista, nesse contexto, era o instrumento por meio do qual essa mágica tornava-se possível. O contato direto e único com esta figura singular, seja no momento de uma apresentação teatral, ou na exibição
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