texto 11 florenzano pericles o partenon
Fev / 2010
labeca
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FLORENZANO, M.B.B.
2001. Péricles, o Partenon e a construção da cidadania na Atenas
Clássica. S.P., Labeca – MAE/USP.1
[revisão Labeca]
No âmbito de um Simpósio sobre o público e o privado na Antiguidade, eu escolhi falar, neste primeiro dia, a respeito da valorização do espaço público na Atenas do século V a.C. De fato, é sabido como o regime democrático deste século, conhecido como o século de ouro da Grécia, valorizou as praças, os mercados, os ginásios, os túmulos dos soldados desconhecidos, os templos e santuários, em fim, todo espaço dedicado ao encontro e reunião de cidadãos, em detrimento do espaço privado, de recolhimento de famílias ou de membros individuais da comunidade. A Arqueologia demonstra como as casas dos atenienses eram pequenas, escuras e sua funcionalidade atendia apenas a um conforto mínimo; enquanto os locais públicos eram espaçosos e suntuosos.
Escolhi falar de Atenas, cidade-estado, pólis grega, a respeito da qual possuímos maior quantidade de documentação; e, em Atenas, de um monumento que é, a meu ver, o mais significativo, o que incorpora traços do desenvolvimento artístico, cultural, político desse momento preciso vivido pelo mundo grego. Refirome ao Partenon, edifício que até hoje existe, que tem uma história própria, e que foi o mais importante monumento ateniense na época em que foi construído, no século V a.C., e que dois mil e quinhentos anos depois é ainda o monumento mais importante e mais visitado na Grécia pelos turistas.
Gostaria, pois, de iniciar com uma citação do livro primeiro da História da Guerra do Peloponeso de Tucídides, historiador, que como sabemos, foi contemporâneo da construção deste monumento.
Com efeito, se a cidade dos lacedemônios [Esparta] se tornasse deserta e nada restasse dela senão seus templos e as fundações dos outros edifícios, penso que a posteridade, após um longo período de tempo, custaria a crer que