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INSTITUTO FEDERAL FLUMINENSE
Planejamento Visual I – Design Corporativo
LUIZ CLAUDIO GONÇALVES GOMES
IDENTIDADE CORPORATIVA
Da marca à identidade corporativa [1]
A efervescência das marcas emergiu, de maneira mais silenciosa, mas sem duvida mais decisiva, uma iniciativa totalmente insólita no mundo industrial. Em 1908, no mesmo ano que Henry Ford implantou a divisão do trabalho e a montagem em cadeia, na Alemanha AEG intuía a importância que alcançaria a coordenação dos elementos vitais da marca, ou o que seria o espírito que hoje chamamos “corporativo”.
Com esta idéia integradora, que superava totalmente a prática exclusivamente gráfica da marca naquela época, AEG se adiantava em uma área que, todavia, tardaria ainda meio século para consolidar-se: a identidade corporativa.
A inovação de AEG consistiu em incorporar a sua equipe dois profissionais até então absolutamente alheios à empresa: o arquiteto, o designer e artista gráfico alemão, Peter Behrens e o sociólogo austríaco Otto Neurath. Ambos se encarregaram de conceber um “estilo” de empresa que alcançaria tanto a produção, a comunicação, as mensagens, os objetos e o entorno, como as relações internas e externas, comerciais e institucionais.
Baherens e Neurath criaram uma imagem unitária, uma expressão coerente, e a projetaram um plano completo. Baherens projetou edifícios, fábricas escritórios, exposições e estabelecimentos comerciais. Projetou produtos, luminárias, ventiladores, jogos de chá e material elétrico. Criou símbolos, marcas, cartazes, anúncios, folhetos e catálogos. Isso é bem conhecido pelos designers e os historiadores de design que têm tomado a referencia da AEG como o paradigma da direção de arte. Paralelamente, por outra via coerente, estava forjando uma sólida cultura de empresa. Esta foi outra intuição pioneira da AEG, que hoje está em sua plena atualidade na gestão empresarial e que ainda assim forma parte da imagem pública da