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Solo Urbano e Meio Ambiente por Nelson Nefussi e
Eduardo Licco
O Brasil passou por dois fenômenos que merecem destaque quando se fala de ambientes urbanos: a rápida industrialização , experimentada a partir do pós-guerra, e a urbanização acelerada que se seguiu. No curso desse processo, reflexo das políticas desenvolvimentistas então vigentes, uma série de regras de proteção ao meio ambiente e ao cidadão foram desrespeitadas ou mesmo desconsideradas.
Sem o sucesso e a estabilidade econômica de países como os Estados Unidos, Japão ou
Alemanha, somente nos anos 70 o Brasil começou a voltar-se para as questões ambientais, de saneamento e de controle da poluição, logrando seu primeiro intento com o Plano Nacional de
Saneamento (Planasa), ao conseguir abastecer com água tratada cerca de 80% da população urbana brasileira. A partir de então, os grandes problemas ambientais do
País vêm sendo identificados e controlados, porém nem sempre com a velocidade e intensidade que merecem.
Quando se pensa no meio ambiente urbano no Brasil, não se pode esquecer o que ocorreu com a cidade de Detroit (EUA), por exemplo, que durante as décadas de 20 e 30 era o município mais poluído do mundo e hoje é um modelo de controle ambiental. O auge do desastre se deu para os norteamericanos em outra época, quando construíram uma mentalidade voltada para questões relacionadas ao meio ambiente. É exemplo também para todo o mundo o esforço feito na Grã Bretanha para recuperar o Tâmisa. Os nossos Tâmisas começam a ser percebidos e tratados somente agora.
Desde os anos 50, a formação das cidades brasileiras vem construindo um cenário de contrastes, típico das grandes cidades do Terceiro Mundo. A maneira como se deu a criação da maioria dos municípios acabou atropelando os modelos de organização do território e gestão urbana tradicionalmente utilizados, e mostrou-se inadequada. O resultado tem sido o surgimento de cidades sem infra-estrutura e