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Inúmeros especialistas concordam que a subdivisão de terras se converte em ameaça significativa para a segurança alimentar na África. Estatísticas da Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO) mostram que a maioria dos agricultores africanos cultiva em menos de um hectare. Segundo a FAO, nos últimos dez anos a proporção entre terra e trabalhadores agrícolas no Quênia diminuiu de 0,264 para os atuais 0,219. Isto é, o número de pessoas com pelo menos um hectare neste país diminuiu 17% na última década. No mesmo período, o número de pessoas com um hectare cultivável caiu 13% em Zâmbia e 16% em Uganda.
Allan Moshi, especialista em políticas de posse da terra na África subsaariana e residente em Zâmbia, pontuou à IPS que, apesar de os investidores correrem para a África subsaariana e oriental para adquirir vastas extensões de terras, esse fenômeno “reduz o espaço disponível para a população local e o que lhes resta ainda é subdividido por questões de herança”.
A subdivisão da terra aumenta pelo crescimento da população e pelos direitos hereditários, “bem como por uma mudança na posse tradicional para a propriedade individual, baseada na crença de que assim as pessoas podem explorar com maior eficácia o potencial produtivo da terra”, explicou Moshi. Segundo o estudo da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) de 2012, Emerging Land Issues in África (Problemas Emergentes Relativos à Terra na África), 25% dos jovens de áreas rurais não herdavam