Terramoto de 1755
Em 1 de Novembro de 1755,Lisboa foi atingida por um violento Terramoto. Acompanhado de um maremoto e de um devastador incêndio que, segundo testemunhas, lavrou durante vários dias, provocou a destruição de grande parte da cidade. Da análise destes testemunhos da época, é perceptível que o Terramoto também provocou ao nível das mentalidades. Por um lado, assiste-se para o interpretar como uma determinação divina, provocando na população um sentimento de expiação perante um castigo do Altíssimo. Por outro lado, defendidas por algumas correntes do pensamento iluminista, surgiram outras interpretações, estas encontrando nas causas naturais a justificação para tão terrível acontecimento. Logo nas semanas seguintes começaram a circular, tanto em Portugal, descrições do desastre. Simultaneamente, pretendendo uma melhor compreensão da verdadeira dimensão do desastre, foram executadas, em algumas cidades europeias, variadíssimas gravuras que começaram a circular nos salões da aristocracia, com representações de Lisboa, antes e durante o Terramoto. Exemplares deste tipo constituem uma das mais importantes colecções do acervo do Museu da Cidade, formando um núcleo fundamental para o estudo da história de Lisboa no séc. XVIII. Imposta pelo Marquês de Pombal, ministro de D. José, a reconstrução de Lisboa tornou-se uma prioridade imediata e, logo em 4 de Dezembro de 1755, foram apresentados os seis projectos para a reedificação da cidade. Seguindo um modelo iluminista, esta nova cidade constituiu uma das mais audaciosas propostas urbanísticas da Europa da época. Neste plano urbanístico, é imposto um traçado geométrico ortogonal, definidas em função das duas Praças mais emblemáticas da cidade o Rossio, centro comunitário, e a Praça do Comércio, centro político e económico. Na implementação deste projecto, destacam-se a vontade e eficiência das políticas do Marquês de Pombal e o papel fundamental dos arquitectos e engenheiros militares Manuel da Maia, Eugénio