Terra Papagallis
Cosme Fernandes inicia a narrativa falando de sua mocidade em Lisboa e de seu grande amor, Lianor, com quem, de acordo com suas próprias palavras, aprendeu “as primeiras letras da mais antiga das línguas”, e a quem jurou amor eterno. Após esses episódios que iniciam a obra, Cosme Fernandes tendo sido preso por ter desonrado Lianor, tem como castigo seu nome entre aqueles que acompanharão Pedro Álvares Cabral, um comandante, até então, sem experiência. Dentro do navio que segue viagem rumo às novas terras, Cosme Fernandes (neste momento já apelidado por seus companheiros de Bacharel) relata o dia a dia da vida em alto mar, inclusive, as insalubridades presentes nas embarcações. Após passar por esses percalços, a tripulação comanda por Cabral finalmente avista a terra que lhes darão abrigo e a oportunidade de viver inúmeras emoções, como o encontro com os índios aqui existentes, a quem Cosme se refere como “seres estranhos”. Após o primeiro contato com o povo indígena, Bacharel narra como foi a primeira missa realizada em terras tupiniquins, como eram as prisões indígenas, e até as batalhas com tribos vizinhas. Conforme a vivência em terras brasileiras, até então chamadas de Vera Cruz, Bacharel lista os dez mandamentos para se viver bem na terra dos papagaios, revelando a identidade do nosso povo.
A obra é narrada em primeira pessoa e tem a estrutura de uma carta, a carta que Cosme Fernandes escreve para enviar à Conde de Ourique, com os detalhes da