terra papagalli
Cosme Fernandes chegou à "Terra dos Papagaios“ sem rumo, esbaforido, inchado de tanto comer biscoitos podres, como passageiro (com bilhete só de vinda) de uma das 13 naus comandadas por Pedro Álvares Cabral. Com ele vieram outros degredados, condenados por crimes diversos. O “pecado” cometido por Cosme foi ter se envolvido com uma moça chamada Lianor, a qual engravidaria dele. Terra Papagalli é uma pândega — ou como se lê no subtítulo "narração para preguiçosos leitores da luxuriosa, irada, soberba, invejável, cobiçada e gulosa história do primeiro rei do Brasil". Utilizando-se da linguagem do século XVI, com tom jocoso, em que se intercalam cenas de humor pastelão com fatos históricos, o livro se estrutura em formato de carta do Bacharel ao Conde de Ourique.
O diário de navegação de Cosme Fernandes denigre a imagem de Cabral, fala das enfermidades, dos delírios e crenças dos tripulantes, enfim, das dificuldades que enfrentavam a cada dia embarcados.
Primeiro Mandamento
É preciso saber dar presentes com generosidade e sem parcimônia ( refere-se aos gentios)
Segundo Mandamento
É preciso fazer alarde, espetáculo e pompa, pois nesta terra mais vale o colorido do vidro que a virtude do remédio.
Terceiro Mandamento
“...por serem tão crédulos aqueles gentios; pode-se-lhes mentir sem parcimônia nem medo do castigo.”
Quarto Mandamento
“É aquela terra onde tudo está à venda e não há nada que não se possa comprar, seja água ou madeira, cocos ou macacos. Mas o que mais lá se vende são homens, que trocam-se por mercadoria e são comprados com as mais diversas moedas.”
Quinto Mandamento
“...as portas não são abertas com chaves de ferro, mas com moedas de prata.”
Sexto Mandamento
“Naquela terra não se escolhe o mais honesto, mas o que oferece mais