Terra de rose
Essa mulher, entre muitas que deram seus depoimentos durante o documentário, era a figura mais singela, doce e esperançosa do movimento que acompanhamos durante os 84 minutos de duração da fita. Em muito pouco tempo, as pessoas e as questões que vemos serem discutidas no vídeo tornam-se mais caras e próximas de nós. Nos emocionamos ou somos tocados de alguma forma.
Não é justo! Recebermos a notícia da morte de Rose quase no final do filme, quando queremos ter a esperança, de que todos irão viver felizes para sempre. Anticlímax. O documentário passa muito longe da perspectiva reconfortante de um futuro melhor, podemos considera-lo muito mais esperançoso no início do que no final.
Se a esperança é a ultima que morre, talvez estejamos com problemas, pois Rose morreu.
Visto 17 anos depois de ter sido realizado, as questões que o documentário traz continuam a serem atuais. A Reforma Agrária na oitava potência mundial ainda não saiu do papel. Não é possível considerar como “feliz”, a situação econômica e social da maioria da população brasileira.
Rose tinha tantas esperanças...
A luta pela reforma agrária no país, documentada por Tetê Moraes, mostra um dos movimentos sociais na luta pela terra, que ocorreu no Rio Grande do Sul em meados dos anos 80. 1500 famílias montaram um acampamento na fazenda Anoni, que encontrava-se num processo de desapropriação que durou 14 anos. Apesar de toda a pressão exercida por esses camponeses e até mesmo da opinião pública, o governo foi muito lento ao tratar do assunto.
A briga dessas famílias para que houvesse um assentamento nessa fazenda, antes considerada improdutiva, virão a constituir em parte, a gênese do MST. Este, foi fundado em 1986, a partir dos resultados do