terceira geração romântica
A sucessão das gerações românticas descreve uma curva nítida, cujo ápice seria o exagero passional das décadas de 1840 e 1850. Nos anos 1860, os autores da terceira geração já abaixam o tom emocional e, embora mantendo ainda o subjetivismo romântico, pronunciam, em muitos aspectos, o realismo dos 1870.os melhores deles depuraram o Romantismo, tornando a um lirismo simples e sincero.
João de Deus (1830-1896)
A extrema sensibilidade desse poeta retoma a tradição lírica portuguesa no que ela tem de mais belo e sedutor : o idealismo amoroso e a visão espiritualizada da mulher, que recobrem um erotismo tenso e sublimado.
Não sei o que há de vago,
De incoercível, puro,
No voo em que divago
À tua busca, amor!
No voo em que procuro O bálsamo, o aroma.
Que se uma forma toma,
É de impalpável flor!
Júlio Dinis (1839-1871)
Apesar de uma vida tão curta-trinta e dois anos,interrompidos pela tuberculose -,Júlio Dinis , pseudônimo de Joaquim Guilherme Gomes Coelho ,deixou uma obra considerável tanto extensão como por suas qualidades literárias.
Sua ficção, contrastando com o pessimismo ultrarromântico, resultam de uma visão otimista da vida e do ser humano: para ele a natureza humana é essencialmente boa. Excetuando Uma família inglesa, que constitui um grande painel da vida burguesa da cidade do porto, Todos os seus romances focalizam a vida simples das pequenas aldeias portuguesas. No ambiente bucólico desenvolve-se o namoro, cheio.
De pequenas crises e desencontros, até o final feliz com o casamento. O pano de fundo é a vida simples, a felicidade domestica, os costumes sadios da burguesia e do campesinato .Apesar de toda essa idealização , Júlio Dinis revela algumas características pré-realista : a lentidão da narrativa , criando a atmosfera em que se desenvolve a ação ; a aguda e detalhada observação dos ambientes e da realidade exterior ; o delineamento dos tipos humanos com uma penetrante caracterização