Terapia ocupacional, hanseníase e lesões oculares
No decorrer de sua evolução, a hanseníase pode comprometer diversos segmentos corporais.
Os órgãos podem ser acometidos por ação direta do bacilo, ou indiretamente nos processos reacionais. Com o aparelho visual, pode acontecer de ambas as formas.
A hanseníase leva à perda severa de sensibilidade e de funções motoras, deixando o paciente insensível à dor.
Devido a diminuição de sensibilidade em mãos e pés, o paciente faz maior uso de sua visão para proteger-se.
Mesmo com seu comprometimento perigoso, é mínimo o número de serviços de saúde que fazem a avaliação ocular em sua rotina de exames. Ainda é pouco conhecido por profissionais e portadores da doença os riscos do comprometimento ocular pela patologia.
Estima-se que 6% a 10% dos pacientes com hanseníase são cegos e mais de 20% possuem graves problemas visuais devido a exposição da córnea, invasão bacilar e hipersensibilidade.
A
perda da visão no paciente ocorre devido a: Opacidade da córnea agravado pela baixa/falta de sensibilidade local; Esclerite e iridociclite; Catarata.
Devido
ao fato da reabilitação ocular ser limitada, deve ser dar atenção à prevenção de um possível comprometimento.
Como prevenção de danos à visão, recomenda-se uma avaliação ocular de rotina: No ato do diagnóstico da doença;
Durante o tratamento da hanseníase, regularmente, com um intervalo máximo de 1 ano;
No ato da alta; Quando sentidas alterações no aparelho visual durante o período de tratamento da doença e até mesmo após a alta.
A Terapia Ocupacional pode intervir estimulando a visão residual desses pacientes, quando possível, ou treinando o indivíduo para a nova realidade.
Em questão de adaptações, é possível adaptar o
meio de alimentação usando pratos com ventosas, abas altas, jogos americanos antiderrapantes, copos com alças.
Adapta-se também o banho, o ato de se vestir, entre outras situações