Terapia familk
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Capítulo 16As implicações para a vida familiar da terapia centrada no cliente
Quando, há alguns anos, me pediram para falar a um grupo local sobre qualquer assunto à minha escolha, resolvi considerar especficamente as alterações que se registram no comportamento dos nossos clientes em suas relações fámiliares. Daí resultou este artigo.
À medida que aumentava o número dos terapeutas e dos psicólogos que se ocupavam de indivíduos e de grupos perturbados, ia-se registrando um acordo sobre o fato de que nossa experiência é importante e tem implicações em todos os domínios das relações interpessoais. Fez-se uma tentativa para exprimir algumas dessas implicações em determinados campos — por exemplo, no domínio da educação, no da direção de grupos, no campo das relações entre grupos —, mas nunca tentamos formular expressamente qual a sua importância na vida lmi1iar. É este aspecto que vou procurar esclarecer, tentando lar uma imagem tão clara quanto possível do que significa a perspectiva da terapia centrada no cliente em relação ao mais fechado de todos os círculos interpessoais o grupo familiar.
Não é minha intenção abordar este objetivo num nível abstrato e teórico, O que pretendo é apresentar alguns elementos sobre as alterações que os nossos clientes registraram nas suas
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Tornar-se pessoa relações familiares ao se esforçarem por levar uma vida mais satisfatória nos seus contatos com o terapeuta. Citarei literalmente as declarações dessas pessoas para que possam sentir o gosto da sua experiência real e tirem suas próprias conclusões.
Embora parte da experiência dos nossos clientes pareça contrariar os conceitos correntes sobre aquilo que uma vida familiar construtiva implica, não estou particularmente interessado em discutir essas diferenças. Também não estou particularmente interessado em estabelecer um modelo para a vida familiar em geral ou em propor a forma segundo a qual deveriam viver na sua situação familiar. Desejo simplesmente apresentar a