Terapia Celular
terapia celular é o uso de células no tratamento médico.
A maior aplicação da terapia celular hoje em dia consiste no uso de células do sangue para o tratamento de leucemias e linfomas (transplante de medula óssea, de células-tronco do sangue ou de células-tronco do sangue do cordão umbilical). A própria transfusão de sangue simples pode ser considerada uma terapia celular, uma vez em que, neste caso, estamos empregando as células vermelhas como forma de tratamento.
Consideramos como marco da terapia celular o descobrimento dos sistemas de grupos sanguíneos, em particular o ABO e o Rh, que propiciaram o surgimento da terapia celular de reposição e o avanço dos procedimentos cirúrgicos de grande porte, dos transplantes e dos tratamentos quimioterápicos das doenças neoplásicas.
Os estudos para proteção e conhecimento do tecido hematopoético e a descoberta dos antígenos leucocitários humanos propiciaram o surgimento do transplante de medula óssea, procedimento experimental e especulativo ao início e que hoje é uma opção terapêutica em diversas doenças e a única alternativa de cura para algumas doenças hematológicas e onco-hematológicas. Assim, a terapia celular, como está colocada, utilizou estes conhecimentos pré-adquiridos e, como tal, destruiu paradigmas de hierarquização celular e de "bom comportamento" das células em suas funções e abriu perspectivas para a terapia para doenças mais frequentes, como as cardíacas e as do sistema nervoso central, responsáveis pelo maior número de óbitos na população. Entramos então na era da terapia celular regenerativa e, nesta, a comunidade hematológica terá um grande papel e deve participar ativamente e não desdenhar do seu papel responsável e histórico.1
Neste fascículo, os hematologistas encontrarão amplas revisões e descrições da experiência brasileira básica e clínica com o isolamento, caracterização e utilização de células-tronco mesenquimais, do líquido amniótico, células-tronco