teorias progressistas
A própria denominação pedagogia progressista – retirada de um livro de Georges Snyders – não é assumida por todos os teóricos. No entanto, é possível encontrar interesses comuns aos representantes dessa tendência, sobretudo a partir da relação entre educação e transformação social. Ao reconhecer que o individuo está inserido em um contexto de relações sócias qual a desigualdade é mantida, a tomada de consciência da opressão é importante justamente para orientar na direção de novas formas de ação pedagogia . Isso porque a escola se constitui como um elemento não só de continuidade da tradição, mas também de ruptura, na medida em que pode problematizar a realidade e trabalhar as contradições sociais.
O esforço da pedagogia progressista visa a tornar a escola o local de socialização do conhecimento elaborado, abrindo espaço para o acesso das camadas populares à educação e, portanto o estágio atual do saber, mesmo reconhecendo os limites desse empreendimento . No entanto, se em última análise o objetivo da educação é o desenvolvimento do ser humano integra, bem como a sua emancipação, a realidade efetiva é bem outra. A apropriação do saber tem sido sistematicamente negada aos segmentos mais pobres, o que se verifica pelos altos índices de exclusão, evasão, repetência e, ainda, pelo dualismo escolar, em que aos ricos é oferecida a formação intelectual, com cobertura para a formação superior, e aos pobres a escola profissionalizante, sem a teoria que possibilite a compreensão da prática.
A consequência dessa politica tem sido a recorrente ruptura entre o trabalho intelectual e o trabalho manual, entre teoria e prática. A fim de superar essa dicotomia a educação progressista que formar o ser humano pelo e para o trabalho, recusa tanto a educação humanista tradicional, que visa à aquisição de uma cultura supérflua, para os ricos, quanto a sonegação da cultura erudita aos pobres. Só assim seria possível um saber vinculado ao vivido,