Teorias pragmáticas e Enunciativas, relações entre linguagem e subjetividade
Na teoria da enunciação e pragmática as mesma buscam elementos para repensar o trabalho com a leitura na escola. Considera que, na discussão das noções gêmeas de forma e sentido, formula-se uma concepção de significado que, de um lado, pode deter a interpretação à deriva, implicada na visão de leitura centrada no leitor, e, de outro lado,possibilita que se transcenda a idéia de que é pela decifração do código que se dá o processo de construção do significado. Conclui que, no processo de leitura, é sempre de um trabalho com a língua que se trata, trabalho que se renova a cada ato de aproximação do aluno com o texto, porque a língua é submetida ao ato de enunciação. As teorias pragmáticas e as enunciativas freqüentemente são colocadas no mesmo plano. No entanto,acreditamos que elas se distinguem num ponto essencial.Enquanto na visão pragmática a linguagem é um instrumento que serve para alguém expressar suas intenções para outrem, na perspectiva enunciativa, a linguagem está essencialmente ligada à subjetividade. Desse modo,se, pelo viés pragmático, importam as razões que levam o locutor a dizer, isto é, o modo como o locutor age no sentido de provocar reação no interlocutor, o olhar enunciativo focaliza o processo de enunciação, isto é, as marcas da enunciação no enunciado.Acreditamos que, ancorada nos princípios trazidos pela teoria da enunciação, a prática pedagógica pode reconduzir o olhar do aluno para o texto no momento da interpr etação, sem reduzir a leitura a um mero gesto de decodificação. Isso porque a concepção de sentido com que trabalha a lingüística da enunciação tem uma dupla dimensão: a do sentido dado pela estrutura da língua, reiterável, e a do sentido dado pela enunciação, sempre mutável e adaptável.
Introdução
A prática em sala de aula não cessa de produzir interrogações. Gostaríamos, de pensar a