Teorias da Comunicação - Caso da Escola Base
Centro de Artes e Comunicação – CAC
Departamento de Comunicação Social
ANÁLISE DO CASO “ESCOLA BASE” SEGUNDO AS TEORIAS DO AGENDAMENTO E DA ESPIRAL DO SILÊNCIO
Recife, 03 de novembro de 2014
Lara Tôrres de Almeida
Ocorrido vinte anos atrás, o caso de denúncias de suposto abuso sexual a crianças na Escola Base, em São Paulo, é amplamente discutido até hoje por ter sido um marco na história do jornalismo brasileiro. No ano de 1994, duas mães de alunos da escola prestaram queixa à polícia, afirmando que seus filhos de 4 anos de idade haviam sofrido abuso sexual por parte de pessoas da escola, quando eram postos numa van e levados a um outro lugar onde os funcionários promoviam orgias com as crianças. O delegado do 6º departamento de polícia, ao receber as queixas, acionou a imprensa, narrando o caso que rendeu, a princípio, uma matéria da Rede Globo e recebeu ampla atenção de outros veículos midiáticos de diferentes meios, sem que antes fosse feita uma investigação mais detalhada visando comprovar a veracidade do caso, princípio básico do jornalismo. A repercussão do caso foi ampla e muito forte, levando os acusados a sofrer vários tipos de violência em decorrência da fúria popular diante do circo de horrores que foi apresentado, sem provas, de modo unilateral, para todos, pela maior parte da mídia. A investigação policial começou apenas depois de toda a repercussão do caso e, sem provas concretas, foi encerrada com o arquivamento do caso e pagamento de multa aos acusados, por parte da Globo.
Apesar de ser consenso entre os estudiosos de comunicação que as mídias ainda podem, por diversas razões, cometer erros de falta de apuração e pressa para divulgar a notícia, muitos estão de acordo que, após o ocorrido de vinte anos atrás, o jornalismo está mais maduro, menos suscetível a este tipo de armadilha. As questões que estão em pauta atualmente versam sobre os motivos que levaram os jornalistas ao