Teorias antropológicas do parentesco e as novas tecnologias de reprodução
A nossa cultura ocidental vê como normal uma família onde existe um pai, uma mãe e uma criança gerada a partir de relações sexuais entre o casal. Alguns dos textos lidos durante o curso mostram que não só pode haver vários tipos de relações entre pais, mães, filhos, famílias maternas, paternas e assim por diante, como também é um assunto muito debatido as novas tecnologias reprodutivas, onde nem sempre se precisa de um pai, como é o caso do texto “Necessidade de pais, necessidade de mães” de Marilyn Strathern, e também nem sempre é necessário ter relações sexuais, assunto abordado nos dois textos mas com maior ênfase em “Pessoa e parentesco nas novas tecnologias reprodutivas”, de Naara Luna.
No texto de Marilyn Strathern, há um debate em torno da Polêmica do Nascimento Virgem, onde mulheres virgens escolhem ter filhos por meios que não envolvam relações sexuais e que também não envolvem necessariamente um pai ou figura paterna para a criança. O uso de tecnologias reprodutivas concede mais liberdade para as mulheres, mas isso gera questionamentos sobre o papel de um pai na vida da criança e também do médico como uma figura que poderia se considerar paterna por ser o “gerador” dessa criança.
Também é importante ressaltar quando falamos sobre as novas tecnologias reprodutivas o lugar social do embrião. Naara Luna fala bastante em seu texto sobre o impacto que esses procedimentos causam na nossa sociedade. A possibilidade de termos filhos sem intercurso sexual significa que podemos desafiar a natureza? Visto que o normal é uma criança nascer com um pai e uma mãe presentes e com um papel importante para a sua formação, como as crianças geradas por meios tecnológicos serão afetadas pela ausência de um dos seus genitores? Até onde a tecnologia pode e deve ser usada sem ultrapassar limites culturais, naturais e éticos?
A questão religiosa também é importante neste tema. Quando ocorreu na Inglaterra em 1996 a polêmica