Teorias antiautoritárias e teorias da marginalidade
A escola tradicional, marcada por seu caráter ditatorial para a obtenção do conhecimento e um rigoroso sistema de ensino, foi muito criticada por diversos estudiosos do final do século XIX e inicio do século XX. Nesse contexto, as influências do psicólogo Sigmund Freud e a psicanálise sugeriram a existência do inconsciente e, a partir dele, se entenderia como a atuação de pais e professores, na educação das crianças, poderia ser repressora ou libertadora. As críticas à escola tradicional também podem ser apoiadas nas teorias marxistas e anarquistas, já que, para ambos, não cabe uma sociedade capitalista, a grande originadora do método tradicional. Os anarquistas vão ainda mais fundo, negando qualquer tipo de relação autoritária, hierárquica e de dominação, sempre valorizando a emancipação humana. Em um âmbito de revoluções, começa a se pensar em uma escola que atendesse aos interesses de uma nova sociedade. Para isso, ela deveria ser basicamente caracterizada por uma recusa a todo e qualquer tipo de hierarquia que favorecesse o uso do poder, destituindo a autoridade do professor e o colocando em uma posição de facilitador do processo de aprendizagem. O aluno, por sua vez, deixa de ser um mero receptor dos conhecimentos já programados vindos do meio externo e passa a “aprender fazendo”, sem ser avaliado ou castigado. O conteúdo precisa ter ressonância nos interesses dos alunos, estando, assim, ligado à experiência de vida dos mesmos. A escola idealizada não estaria voltada apenas para o intelecto, mas também para os sentimentos, emoções e o corpo do indivíduo. Assim se dá a inserção da educação física no meio escolar. Enquanto alguns representantes do movimento antiautoritário se baseiam na psicologia e psicanálise, outros se preocupam com os aspectos políticos e sociais, ampliando suas críticas à sociedade a que pertencem, partindo de pressupostos socialistas. Um desses representantes foi Carl Rogers,