teoria e pratica ergonomica
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TEORIA E PRÁTICA ERGONÔMICA: SEUS LIMITES E
POSSIBILIDADES
Publicado em: Escola, Saúde e Trabalho: estudos psicológicos /Maria das graças T. paz, Alvaro Tamayo
(organizadores); Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1999.
Júlia Issy Abrahão e Diana Lúcia Moura Pinho
Universidade de Brasília – UnB
Laboratório de Ergonomia – IP
E-mail: abrahao@unb.br diana@unb.br INTRODUÇÃO
Atualmente, a ergonomia é solicitada, quotidianamente, a intervir em situações cujas problemáticas variam desde a concepção de salas de controle, extremamente automatizadas, passando por questões referentes ao trabalho manual ou, ainda, por queixas relacionadas ao ambiente físico de trabalho, sem deixar de lado os problemas de saúde, em particular, os decorrentes das lesões por esforços repetitivos.
Como responder a estas demandas se apoiando em um conjunto de teorias e modelos científicos?
Quando
fazemos
uma
intervenção
estamos
produzindo
conhecimentos? Como se caracteriza a prática científica da ergonomia em seus “modo de fazer” ? Essas questões constituem o fio condutor deste trabalho.
1 – A CONSTRUÇÃO TEÓRICA EM ERGONOMIA
É difícil falar dos limites da teoria e da prática em ergonomia, na medida em que existe um processo de retroalimentação nesta relação.
A ergonomia é uma disciplina jovem em evolução e que vem reivindicando o status de ciência. Esta disciplina, segundo Montmollin (1990), poderia ser definida como uma
“ciência do trabalho”. Entretanto, não existe unanimidade no meio cientifico quanto a uma definição para a ergonomia, pois se houvesse em muito contribuiria para estabelecer os limites do seu campo de investigação.
Escola, Saúde e trabalho: estudos psicológicos
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Historicamente, duas correntes filosóficas distintas compõem o cenário da ergonomia. Uma delas, tem sua origem em 1947, na Inglaterra, com características das ciências aplicadas. A outra surgiu