Teoria tgp
Nas primeiras páginas do livro VII, da República, Platão expõe a alegoria da caverna, metáfora da condição humana e de sua concepção da filosofia. Trata-se da nossa natureza, conforme é ou não iluminada pela educação filosófica.
Devemos ter cuidado com esta alegoria. Ela pode ser perigosa. Temos a tendência de nos identificarmos com a parte final da alegoria, ou seja, a do homem que viu o sol e lamenta o infortúnio de seus antigos companheiros. Contudo, esquecemos que a parte final é o resultado de um longo e penoso processo. Somos vaidosos!
A alegoria da caverna pode ser dividida em três partes fundamentais.
PRIMEIRA PARTE
O MUNDO DE SOMBRAS E APARÊNCIAS
A primeira consiste ma descrição da cena inicial, a caracterização propriamente da imagem da caverna, a metáfora platônica da realidade sensível, do mundo em que vivemos. Esta é uma imagem muito forte e que terá um grande impacto em toda a nossa tradição. Na realidade, para os gregos da época, é uma imagem de grande poder evocativo, já que o mundo dos mortos (o hades) era caracterizado como uma morada subterrânea, nas “ entranhas da terra”.
Vamos analisar detidamente esta primeira parte:
Os prisioneiros estão acorrentados e imóveis desde a infância, só podendo ver sombras. O texto indica que esses prisioneiros somos nós, prisioneiros de hábitos, preconceitos, costumes, práticas, que adquirimos desde a infância e que constituem condicionamentos que nos fazem ver as coisas de uma determinada maneira, parcial, limitada, incompleta, distorcida, como sombras.
As sombras não são falsas ou irreais, mas ilusórias, por serem realidades parciais, o mínimo que os prisioneiros podem enxergar da realidade. Acontece que eles não conseguem distinguir mais nada, a única realidade que conhecem, eles tratam como verdadeira, daí a ilusão.
Cabe aqui um comentário: temos discutido em nossas aulas da importância de uma visão crítica do direito. O que significa isto? Significa que