Teoria Socioambiental
Teorias socioambientais: em busca de uma nova sociedade
Wagner Costa Ribeiro
NO DEBATE ACADÊMICO é frequente buscar a explicação pelo surgimento de um tema de pesquisa. Não foi diferente com a chamada questão ambiental, que desde meados do século XX ganha cada vez mais destaque. Por isso é bom lembrar as razões que a tornaram obrigatória em discussões de políticos, empresários, pesquisadores e de alguns setores dos movimentos sociais.
Vinculada à condição de ser no mundo, a questão ambiental é fundamental à existência humana, pois é do ambiente que provém a base material de reprodução da vida, aliás, das diversas formas de vida. Em outras palavras, é do ambiente que são extraídos os recursos para produção de abrigo, alimento, artefatos técnicos, vestuário, entre tantas outras coisas necessárias à manutenção da vida, qualquer que seja a forma de organização social que os humanos estabeleceram ao longo de milhares de anos de presença no planeta.
A história registrou alterações importantes na trajetória humana na Terra. Passou-se da condição de coletor para a de produtor de objetos, de alimentos e de ambientes, no interior dos quais se exercem as distintas formas de sociabilidade, independentemente da estrutura social que o grupo instituiu.
A questão ambiental é fundamental à existência humana, é preciso insistir, já que ela possui uma dimensão territorial implícita. Os recursos estão dispersos pela superfície terrestre, como resultado de processos naturais de milhões de anos, e são apropriados pelos grupos sociais de acordo com sua capacidade de gerar instrumentos técnicos, o que a torna, em si, foco de poder, disputa e conflitos.
A reprodução da vida impõe ações como comer, abrigar-se de intempéries, edificar lugares para produzir objetos, como as fábricas contemporâneas, para exercer a contemplação ou mesmo para o lazer, para realizar eventos sociais, religiosos, míticos, entre outras significações que se possam emprestar a