Teoria política: comparação entre kant, burke e hegel
Edmund Burke é um dos fundadores do conservadorismo moderno e defendia a estrutura de sua pátria, a Inglaterra, de tal forma que quase todos os seus escritos utilizam seu país como exemplo a ser seguido. Para Burke a Constituição inglesa beira a perfeição, pois é fruto da tradição e evolução do homem e não da destruição e reconstrução provocadas pela revolução egoísta.
Revolução é, aliás, um tema delicado para o teórico, pois, segundo ele, ela é fruto do egoísmo individual e deve ser negada sob qualquer forma (na verdade ele critica todo o conceito de revolução explicitado por Bobbio em seu “Dicionário de Política”). Sendo assim, Burke foi um dos maiores críticos da Revolução Francesa, sobre os argumentos de que os princípios dos revoltosos: liberdade, igualdade e fraternidade, eram inteiramente abstratos e não se deve derrubar uma estrutura, construída por anos de aprimoramento, baseando-se em princípios assim. É também grande critico da democracia imposta pela revolução, dizendo que aquela dita regras como se fossem gerais e quem não as acata, a minoria, acaba sendo vista como à parte da sociedade, como se fosse “desumanizada”, pelas palavras do autor.
Já Immanuel Kant, filósofo alemão, entusiasmou-se a princípio com a Revolução Francesa, mas também possui críticas, tanto à democracia quanto à revolução em si. Em relação à primeira, Kant afirma que a democracia é despótica por natureza, pois nela todos possuem o poder executivo, mas quando apenas um individuo não dá o consentimento, a decisão é tomada da mesma forma e, assim, “... todos, sem no entanto serem todos,