Teoria MK
PSICANÁLISE DE FREUD
Rosa Maria Carvalho da Silveira
Uma das pedras angulares da Psicanálise criada por Freud é o inconsciente dinâmico. Não se trata de uma estrutura física mas sim de um lugar virtual que armazena todas as nossas experiências emocionais desde sempre, notadamente as experiências vividas com os pais na infância. Tais emoções podem se atualizar, na realidade, frente a situações vividas no presente. É o que ocorre em transferência no setting terapêutico, na relação com o psicoterapeuta. O inconsciente e a transferência são conceitos que estruturam o arcabouço da teoria criada por Freud e aceita por todos autores da
Psicanálise (Freud, 1910,1912)
Alguns seguidores da Psicanálise divergiram do pensamento de Freud e construíram as suas próprias teorias. Outros, embora não concordassem plenamente com os pressupostos teóricos, contribuíram com um arsenal de idéias consistentes que enriqueceram a Psicanálise. Dentre esses teóricos, vou me referir à contribuição de
Melanie Klein que influenciou toda prática clínica, e deu luz a aspectos da teoria não abordadas por Freud, como à análise de crianças através do brincar, tido como equivalente à associação livre do adulto.
Em alguns pontos a visão de Klein é distinta de Freud. Klein enfatizou o desenvolvimento psíquico durante o 1.º ano de vida do bebê, enquanto que para teoria freudiana, o desenvolvimento psicossexual ocorreria durante a primeira infância, passando por várias fases (oral, anal e fálica). Esta contribuição ampliou a compreensão do desenvolvimento psíquico das crianças permitindo o tratamento precoce delas.
Klein considerou o desenvolvimento psíquico evoluindo através de duas posições: a posição esquizo-paranoide (Klein,1946) ocorrendo desde o nascimento aos 4 meses de idade mais ou menos, seguindo-se a posição depressiva (Klein, 1934/1935,1940). A posição esquizo-paranoide serve à sobrevivência imediata do bebê, que recorre a
medidas