Teoria Geral do Estado

O Estado Moderno é originário de dois fatos que marcaram a construção do mundo moderno: a invasão e a expulsão em 1492. A invasão e dominação militar do mundo em 1498, começando pela América, foi fundamental para o desenvolvimento do sistema econômico criado pelos europeus: o capitalismo. Foram as riquezas retiradas das Américas, da Ásia e da África que permitiram o processo de industrialização da Europa e alimentaram o capitalismo. Há também a presença das instituições modernas, que, sem elas, o capitalismo não teria instrumentos para se sustentar. Tais instituições são: a moeda nacional; os bancos nacionais; os exércitos nacionais (para invadir e retirar as riquezas dos outros); a polícia nacional (especialmente para vigiar e punir os excluídos do sistema sócio-econômico); o direito nacional e a religião nacional como mecanismos de uniformização de valores construindo uma massa uniformizada que se transformará nos consumidores de hoje (que devem gostar das mesmas coisas, especialmente automóveis e marcas de diversos produtos).
A invasão é seguida da dominação ideológica, na qual a Europa será apresentada como um padrão a ser seguido por todos. É posta como a civilização mais avançada, portanto, destino natural de todos que conseguirem evoluir. Está naturalização histórica coloca outras civilizações como sendo menos evoluídas.
O dispositivo moderno utilizado na invasão da América é, em sua radicalidade, o não reconhecimento do outro como pessoa (a lógica nós x eles). No momento onde começa a construção de uma identidade européia, espanhola e cristã sobre o outro diferente, não compreendido, menos gente, menos humano ou não humano. Milhões de pessoas, habitantes originários desta terra que passará a ser chamada de “América” são assassinados, escravizados e torturados.
O invasor europeu condenava as práticas bárbaras ou selvagens a partir de um humanismo cristão e não era capaz de enxergar sua própria barbárie. Ressaltando que a lógica nós x eles, é