Teoria evolucionista
A população é um elemento tradicional do estado. Não o elemento material, natural e bruto, mas a maneira de ser de um determinado conjunto de pessoas, as relações que fazem, dessa soma de elementos, um grupo autónomo, tendo sobretudo em vista os fins que o marcam, que o transformam, por razões espirituais, num conjunto coerente, diferenciado a outros conjuntos e capaz de prestar consentimento a um determinado poder, fabricando legitimidade.
O modelo evolucionista progressista
Todo o evolucionismo e todo o progressismo consideram, aliás, que as estruturas se realizam passando do simples ao composto e deste para o conjunto, onde já há coordenação num todo dos respectivos elementos integrantes. Neste processo de evolucionismo coordenador, a primeira estrutura seria o clã que se foi multiplicando e cindindo em vários grupos que, entretanto, começaram a hostilizar-se. Numa segunda fase, perante esta fragmentação, e havendo necessidade de estabelecimento de uma hierarquia no interior do sistema social, tal conseguiu-se pelo recurso tanto às castas como às raças vencedoras. E é destas entidades superiores, destas elites que vai emergir o Estado, entendido como a estrutura social integrante de forças antagonistas num conjunto ordenado, como, por exemplo, salienta Lester Frank Ward.
O modelo evolucionista organicista
Esta teoria da transformação dos organismos está também subjacente às teorias evolucionistas organicistas que consideram que o Estado surgiu do desenvolvimento da família. Trata-se de uma posição que se é nítida em Fustel de Coulanges e Henry Sumner Maine, também não deixa de aparecer em Rousseau para quem a família é o primeiro modelo das sociedades políticas: o chefe é a imagem do pai, o povo é a imagem dos filhos. A mesma posição é adoptada por certos autores católicos, como Pietro Pavan para quem várias famíliasformaram a tribo ou aldeia que, por sua vez, se associaram e formaram a cidade, dando várias cidades origem a uma