teoria dos jogos
As pesquisas psicológicas de L. S. Vygotsky sobre o jogo infantil detalham a participação do contexto social na formação da inteligência. Vygotsky e seus colaboradores Elkonin e Zaporozjets afirmam que o símbolo surge com o processo de interiorização da criança. Antes da interiorização não existe atividade simbólica
(KISHIMOTO, 1998).
Os jogos simbólicos são chamados pelos russos de jogos imitativos. Para os vygotskyanos, os jogos imitam ações reais além de ações sobre objetos ou uso de objetos substitutos. Não existe atividade simbólica se os objetos não estiverem no plano imaginário e evocados mais por palavras do que por gestos.
Para os seguidores de Vygotsky, o ato lúdico propriamente dito começa aos três anos com o de papéis, diferindo de Piaget que propõe o de exercício no nível sensóriomotor. Vygotsky valoriza o fator social, mostrando que no jogo de papéis a criança cria uma situação imaginária, incorporando elementos do contexto cultural adquiridos por meio da interação e comunicação. A noção central é que se desenvolve uma “Zona de
Desenvolvimento Proximal” em que se diferenciam o nível atual que a criança alcança com a solução de problemas independentes e o nível de desenvolvimento potencial marcado pela colabora ção do adulto e pares mais capazes. E o jogo é o elemento que irá impulsionar o desenvolvimento dentro da “Zona de Desenvolvimento Proximal”
(KISHIMOTO, 1998).
Para Vigotsky existem dois elementos no jogo infantil: a situação imaginária e as regras. O jogo de papéis apresenta regras implícitas, já o jogo de regras, regras explícitas. Ao prover uma situação imaginativa por meio da atividade livre, a criança desenvolve a iniciativa, expressa seus desejos e internaliza as regras sociais. Este jogos contribuem para o surgimento da linguagem, a aprendizagem das convenções e habilidades sociais.