Teoria dos erros
Instituto de Física
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Conceitos Básicos da Teoria de Erros
Manfredo H. Tabacniks
Revisão 2009 (AAQ)
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“Embora este Guia forneça um esquema de trabalho para obter incerteza, ele não pode substituir pensamento crítico, honestidade intelectual e habilidade profissional. A avaliação de incerteza não é uma tarefa de rotina, nem um trabalho puramente matemático. Ela depende do conhecimento detalhado da natureza do mensurando e da medição. Assim, a qualidade e a utilidade da incerteza apresentada para o resultado de uma medição dependem, em última instância, da compreensão, análise crítica e integridade daqueles que contribuíram para atribuir o valor à mesma.”
Tradução de um trecho do “Guide to the Expression of Uncertainty in Measurements”, International Organization for Standardization, Geneva (1993).
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1. EXPRESSÃO DE VALORES DE MEDIDAS EXPERIMENTAIS
1.1. Introdução
O valor de uma grandeza submetida a medição costuma ser adquirido através de um procedimento que, em geral, envolve algum(s) instrumento(s) de medição. O próprio processo de medida, assim como o instrumento utilizado, tem limites de precisão e exatidão, ou seja, toda medida realizada tem uma incerteza associada que procura expressar a nossa ignorância (no bom sentido) do valor medido. A seleção do processo de medida, do instrumento usado e a reprodutibilidade da grandeza medida têm que ser expressas de alguma forma. Em alguns aparelhos, a incerteza do instrumento já vem marcada. Caso contrário, a metade da menor divisão da escala é um bom começo. Note que nada sabemos ainda sobre a reprodutibilidade do processo de medida. A incerteza é importante na hora de compararmos resultados. Na tabela abaixo temos os resultados de duas medidas de uma mesma grandeza com diferentes aparelhos e um padrão. medida A B padrão viscosidade (g cm-1 s-1) 9,8 ± 0,4 12,3 ± 4,0 9,3
Na tabela, o valor após o