Teoria do Serviço Social
Etapa 1
Após leitura atenta de textos que tratam historicamente do Movimento de Reconceituação do pensamento teórico-ideológico e da prática do Serviço Social no Brasil, inferimos que a atualidade de tal preocupação deve-se, principalmente, à constatação que o referido Movimento, de maneira mais ampla, tem caráter permanente uma vez que as causas que o provocaram, sob novas formas se reapresentam, continuamente, exigindo novos instrumentos para a compreensão e efetivas ações de enfrentamento.
Profissionalmente o Serviço Social no Brasil teve início em fins da década de 1930. Era, então, dominado pela neotomismo-cristão, ideologia da Igreja Católica. Nos anos 40, deu-se a aproximação e a importação do modelo estadunidense, possuidor de instrumental mais desenvolvido. No Brasil desenrolava-se o esforço desenvolvimentista que, no Serviço Social, como em outras áreas, desaguou numa perspectiva modernizadora, dedicando especial atenção ao desenvolvimento técnico-operacional. Na dimensão ideológica, não houve desvinculação radical do pensamento conservador, ainda eivado do voluntarismo cristão.
Dos avanços e crises do capitalismo, fracasso do desenvolvimentismo, a inadequação do modelo ação social exógeno não adequado à realidade sul-americana, aos movimentos de liberação e contestação do imperialismo econômico, todos contribuíram pressionando com a intenção de ruptura total com o legado tradicional em todas as esferas e setores da vida social, incluindo, logicamente, o Serviço Social.
Denominado de “segundo movimento” de reconceituação do Serviço Social, este período foi influenciado, hegemonicamente, pelo pensamento marxista, sustentado pela doutrina do materialismo histórico e dialético.
Sandra Pires ressalta que, nesse período, há um relativo desprezo pelo aspecto técnico da ação social e exaltação dos objetivos, estes claramente determinados ideologicamente, cujo “militantismo messiânico ou heroico” guardava alguma identidade com o