teoria do conhecimento berkeley
A filosofia de Berkeley se caracteriza por qualificar a existência das coisas mediante os sentidos, isto é, o mundo não é outra coisa senão aquilo que é apresentado aos sentidos. Assim sendo, não se encontra no empirismo de Berkeley a validação de uma substância material, que se conserva oculta às qualidades sensíveis. O filósofo, pois, rejeita a possibilidade de existência de algo “misterioso” por trás de nossas representações. Por conseguinte, não há nada na coisa material que não se apresente à percepção.
Em decorrência disso, pode-se considerar que é a aparência a verdadeira realidade, uma vez que Berkeley deposita plena confiança nos sentidos. Mas a condição para a existência das coisas consiste em que elas sejam percepcionadas, isto é, para que algo exista é necessário que a mente opere sobre o objeto. Isso faz suscitar o seguinte problema: a realidade dos objetos só existe na subjetividade do percepcionante? A título de exemplo: o som de uma velha árvore que cai, no meio de uma floresta, existe mesmo sem haver alguém que o perceba? Para Berkeley, aquilo que não percepcionamos não existe. Existe somente aquilo que pode ser percebido – ser consiste em ser percebido. Com isso, Berkeley procura desvalidar a tese de que há algo entre a mente que percepciona e a coisa percepcionada, isto é, não há nenhuma intervenção entre os observadores e os objetos observados.
No entanto, se pensarmos que só existe aquilo que é captado pelos sentidos, então como seria possível um objeto ser percepcionado ao mesmo tempo por vários observadores? Para isso, Berkeley introduz a tese de que existe um Deus bondoso, que intervem com o objetivo de nos emitir nossas idéias, numa ordem harmoniosa. Esse Deus1assegura, portanto, a regularidade do mundo, uma vez que o percebe e domina seus eventos. Assim, Deus é o sustentáculo do mundo.
Um ponto importante da filosofia de Berkeley consiste na crítica que tece acerca das idéias