Teoria de Lêucipo sobre os átomos
30/11/2014
Teoria de Lêucipo acerca das propriedades dos átomos
Lêucipo de Eleia ou de Mileto terá sido discípulo de Zenão tendo fundado o atomismo em resposta ao dilema Eleático segundo o qual o “ser” é e não se pode transformar em “não-ser”.
Segundo esta teoria o movimento não poderia existir. Lêucipo para ultrapassar esta impossibilidade introduz a noção de vazio onde os átomos se movem não deixando de considerar que só o ser (os átomos) é. No entanto o grau de existência do cheio (ser) e do vazio (não ser) é o mesmo.
Cada átomo é uma unidade eleática uniforme dotado de “homogeneidade, permanência, ausência de mudança interna e indivisibilidade”1. As partículas não são percebidas sensorialmente dado o seu tamanho reduzido mas são percebidas racionalmente. Atinge-se a verdade não através dos sentidos mas pela inteligência.
O movimento dos átomos no vazio é espontâneo, a grande velocidade e em todas as direcções originando um vórtice que provoca a junção e separação dos mesmos. A agregação dos átomos faz-se pelas suas semelhanças e dissemelhanças “...pois alguns deles são angulares, outros recurvos, outros côncavos, outros convexos...”2. É pelo contacto dos átomos que estão fora de nós com os que temos no corpo, semelhantes aos primeiros, que se processam as percepções sensoriais. Lêucipo aponta as diferenças entre os átomos - “forma, disposição e posição” (Kirk, Raven e Schofield, 2013).
Lêucipo responde à impossibilidade do movimento afirmando que o ser é um “infinito número de corpos, invisíveis pela pequenez e volume”3 que se movem velozmente no vazio. Este é o vórtice no qual os átomos se emaranham e separam que está na origem do mundo e que explica a variedade e mudança. Este movimento faz com que os elementos mais pesados se agrupem no centro ao passo que os mais leves se deslocam para a periferia. Assim forma-se uma primeira estrutura esférica que origina a Terra.
No entanto,