teoria da riminiscência
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A TEORIA DA REMINISCÊNCIA - COMO SE EFECTUA O CONHECIMENTO HUMANO NO ÂMBITO DO MUNDO SENSÍVELA TEORIA DA REMINISCÊNCIA - COMO SE EFECTUA
O CONHECIMENTO HUMANO NO ÂMBITO DO MUNDO SENSÍVEL
A doutrina pitagórica da preexistência da alma é da máxima importância para Platão, porque lhe fornece a base da sua teoria do conhecimento. Para Platão as formas (as Ideias) e a alma pertencem a um mundo divino e transcendente, estranho ao devir, ao fluir das aparências, que caracterizam o mundo percepcionado pelos nossos sentidos. É portanto impossível, para Platão, admitir que a alma adquire o conhecimento das formas ou Ideias através dos sentidos, do corpo. Os objectos do mundo sensível, não sendo imutáveis e universais, não são, por si, inteligíveis. Contudo, parece que a alma chega ao conhecimento da verdade quando está no corpo e que as conhece com a ajuda dos sentidos.
Como é isto possível? A solução de Platão está na célebre teoria da anamnese ou reminiscência. Esta diz muito simplesmente que a alma conheceu as Ideias na sua existência divina e pura, anterior à encarnação num corpo e "recorda-se" das Ideias percepcionando mediante os sentidos as coisas particulares (sensíveis) que participam das Ideias. Assim ela atinge aparentemente, mas só aparentemente, através dos sentidos o conhecimento das realidades inteligíveis, das suas propriedades e relações. O papel do corpo e dos sentidos no verdadeiro conhecimento é assim completamente subordinado e acidental. O conhecimento da realidade é um encontro da alma com as Ideias. Consideremos duas coisas iguais, por exemplo dois pedaços de madeira. Uma coisa é a semelhança destes dois pedaços de madeira (ou seja, a semelhança sensível) e outra coisa é a semelhança em si, isto é, a ideia de semelhança. No entanto, nós só conseguimos atingir o conhecimento desta ideia se, na vida sensível, tivermos deparado uma ou outra vez com coisas semelhantes, tal como o podem ser precisamente dois pedaços de madeira: o conhecimento da